ACESSIBILIDADE DIGITAL: ENTENDA O QUE É E COMO CRIAR CAMPANHAS MAIS INCLUSIVAS PARA SUA EMPRESA

Homem em cadeira de rodas usando óculos, fone de ouvidos e mexendo no computador.

Você já parou pra refletir como pessoas com deficiência utilizam seu site ou consomem o conteúdo que a sua empresa produz? Acessibilidade Digital começou a entrar em pauta de uns anos pra cá, ainda mais com o crescimento exponencial do ambiente digital, a partir de um olhar empático para essa parte da sociedade.

Em uma pesquisa realizada pelo Movimento Web Para Todos e o Big Data Corp em 2019 identificou que a maior parte dos sites no Brasil encontravam-se inacessíveis a mais de 45 milhões de cidadãos que possuem alguma deficiência e, na variação de agosto de 2019 a abril de 2020 a variação quanto ao aumento da acessibilidade foi mínima, de 0,61% para 0,74%.

Ou seja, ainda temos muito a caminhar e, por isso, nesse blog vamos explorar a importância da sua empresa passar a olhar para essa questão, principalmente se ela tem alguma presença no digital, bem como o que estamos implementando na própria Titânio.

O que é acessibilidade digital?

Acessibilidade digital é o processo de tornar produtos digitais, como sites, textos e aplicativos, acessíveis para todos, independentemente das deficiências ou limitações que possuem, ou seja, é termos uma internet mais inclusa.

O tema já possui duas datas que chamam a atenção para o assunto. A primeira, dia 21 de setembro, sendo celebrada desde 2005 no Brasil como o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e a segunda, criada em 2012 e celebrado toda terceira quinta-feira do mês de maio, definido como o Dia Mundial da Conscientização sobre Acessibilidade (Global Accessibility Awareness Day, ou GAAD).

Se você notar, essas datas já foram criadas a mais de 9 anos, o que nos faz perceber que, em que pese grandes organizações terem nos chamado atenção ao assunto, ainda estamos muito atrasados, principalmente quando pensamos o tema junto ao Marketing Digital.

Quando percebemos isso, fomos analisar o assunto pensando em implementação em sites e peças e, nos surpreendemos ao perceber que criar ambientes digitais acessíveis não é um bicho de sete cabeças para profissionais capacitados!

Por isso, decidimos trazer esse tema. Então, se você quer saber mais sobre o assunto e principalmente, como fazer com que sua comunicação alcance essas mais de 45 milhões de pessoas que hoje a empresa na qual você trabalha não se comunica, continue a leitura desse blog aqui com a gente!

Por que investir em acessibilidade digital?

E agora você deve estar se perguntando: “preciso investir em acessibilidade? Será que é algo que eu preciso me preocupar agora?” E, a nossa resposta simples é: SIM. Vamos te explicar o porquê.

Acessibilidade aumenta seu público de consumo

O primeiro motivo é simples, sem acessibilidade sua empresa está deixando de se comunicar com milhares de pessoas e milhares de clientes em potencial.

De acordo com um estudo realizado pela empresa britânica Click-Away Pound, em 2019, 69% responderam que abandonam sites devido a barreiras de acessibilidade e 86% informaram que gastariam mais se um site de e-commerce fosse acessível. Assim, se uma pessoa com deficiência acessar hoje seu site, será que ele entraria nessa estatística do abandono?

A criação de experiências acessíveis na digital oferecem à sua empresa duas grandes oportunidades: demonstrar um compromisso verdadeiro com acessibilidade, e aumentar significativamente o seu público.

A lógica é simples, quando o seu site está inacessível, muitas pessoas ficam automaticamente embarreiradas de consumir o seu conteúdo ou comprar seus produtos. Porém, quando isso é possível, ela aumenta significativamente o número de experiências positivas com sua empresa.

Logo, levando em consideração que menos de 1% dos sites hoje estão adaptados para esses públicos, você pode conquistar consumidores leais à sua marca e que a recomendam tanto para amigos e conhecidos, como nas redes sociais.

Acessibilidade melhora o seu SEO

O Google sempre irá beneficiar sites que são mais acessíveis e, para isso, as práticas recomendadas de SEO e as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) se sobrepõem. Sendo assim, sites que tratam a acessibilidade digital com seriedade ranqueiam melhor que a concorrência.

O reflexo do mundo cada vez mais digital não pode e nem deve excluir pessoas com deficiência que também acessam e consomem conteúdos digitais e, pensando por essa perspectiva, faz sentido que, da mesma forma que que um site que não se adequa bem ao mobile seja punido pelo SEO, páginas que também excluem a acessibilidade o sejam.

Investir em acessibilidade digital é uma boa prática de ESG

Acessibilidade é uma questão social, sendo assim, também é uma pauta quando o assunto é ESG.

Em resumo, a sigla ESG significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança) vem sendo usada para se referir às melhores práticas de uma companhia sobre as questões não apenas internas, mas numa visão em geral da empresa como parte da sociedade, não ausente, contribuindo para o desenvolvimento desta.

Essas práticas vêm sendo cada vez mais avaliadas e observadas por consumidores, parceiros, fornecedores, colaboradores e, claro, também pelos investidores. E o motivo é simples: investir na acessibilidade digital significa que a sua empresa estará promovendo a inclusão de milhões de pessoas com alguma deficiência ou limitação e, para a imagem da sua marca, isso é extremamente positivo.

Entenda, se a sua empresa é uma promotora da inclusão digital, isso significa que você está melhorando a imagem da sua organização. Essa imagem mais positiva atrai mais consumidores e , por consequência, mais engajamento e mais vendas.

E, para finalizar, de acordo com a Bloomberg, a ESG deve atrair US$ 53 trilhões em investimentos em 2025, sua empresa vai ficar de fora dessa?

Os primeiros passos para um marketing mais inclusivo

Acreditamos que se você leu até aqui, está 100% convencido de que sua empresa precisa olhar para essa questão e está com muitos argumentos para convencer a sua diretoria a investir em acessibilidade e tornar os canais digitais da empresa inclusivos e, pensando nisso, deve ter batido a dúvida: mas por onde devemos começar?

Para darmos os primeiros passos, o ideal é que tenhamos em nossos times ou por meio de consultorias parceiras, profissionais dedicados a estudar as barreiras de acessibilidade nos sites, aplicativos e canais de comunicação da empresa.

Posteriormente, deve-se implementar estratégias para superar estes obstáculos e, continuamente, construir conteúdos que favoreçam a acessibilidade digital. A depender do nicho da sua empresa, isso inclui desde etapas como a legendagem de vídeos e imagens, audiodescrição, oferta de conteúdos multiplataforma e até pontos como a adaptação da navegação a ferramentas assistivas, conteúdos inteligentes estruturados de modo acessível, conteúdos multissensoriais, entre outros.

Em todos estes casos, é importante contar com profissionais especializados, que possuem formação e expertise para a construção/adaptação de um site sem barreiras de acessibilidade.

Essa ação irá exigir um esforço importante de sua empresa, mas que, como vimos, pode trazer frutos extremamente positivos. Aqui na Titânio, por exemplo, possuímos parcerias com empresas especializadas em acessibilidade digital, para que nossos clientes consigam romper essa barreira e alcancem um público maior de pessoas.

E mesmo que sua empresa esteja atrasada neste caminho da acessibilidade digital, o importante é darmos o primeiro passo para a mudança. Haja vista que, para além dos potenciais ganhos que listamos acima, e que de forma alguma devem ser ser menosprezados, ao investirmos na quebra das barreiras digitais, consequentemente contribuímos para um ambiente econômico mais diverso, plural e que, de fato, dialoga com todos os cidadãos do país.

Como produzir materiais e campanhas mais inclusivas?

Para iniciarmos a implementar a acessibilidade digital, o primeiro passo é pensarmos no nosso site, que é o carro-chefe da empresa no ambiente virtual. Assim, passamos a contemplar plugins de acessibilidade, trazendo, por exemplo, a possibilidade de pesquisas por voz, conversão para áudios para aqueles com deficiência visual, etc.

Vamos listar abaixo algumas medidas simples que os desenvolvedores e designers podem adotar:

  • Navegação por meio de teclados, ao invés do uso apenas de mouses. Ao criar esses atalhos de teclado e dar acesso às tecnologias assistivas, vai auxiliar as pessoas com deficiências ou dificuldades motoras.
  • Elaborar páginas com tipos de letras maiores (fontes acima de 12), com fontes sem serifas (como Roboto ou Verdana), com entrelinhamento maior (por exemplo, 1,5 cm), com uso de cores e animações com efeitos sonoros e visuais.
  • Implementação do Hand Talk, o app brasileiro já ganhou prêmio da ONU como melhor de acessibilidade da América Latina e tem por objetivo quebrar barreiras de comunicação com a tecnologia, para isso, traz recursos para melhorar a comunicação com as pessoas com deficiência auditiva. Entre os recursos, traz um tradutor de libras.
  • Uso da Equal Web, para fornecer opções que facilitam a leitura do site, como aumento de fontes, alteração de contraste, inversão de cores (ótimo para os daltônicos),etc.
  • Implementação do Audima, sendo este um plugin brasileiro que faz a leitura dos conteúdos do site.
  • Uso da janela de libras, com intérprete de libras é vista em diversas lives, sites e até eventos presenciais;
  • Descrição de imagens, que surge com as hashtags #pracegover ou #pratodosverem para dar uma informação visual da imagem. Não é uma legenda, é complementar, normalmente, está em redes sociais, mas pode ser usada em sites também. Para os deficientes terem acesso a essa informação existem aplicativos que ajudam nessa leitura;
  • Textos alternativos, que têm uso parecido com a descrição de imagem, mas fica disponível apenas no código-fonte do site, não fica visível para os usuários, mas fica visível para os recursos de acessibilidade (plugins ou apps). É um texto que descreve a imagem.

Produzindo conteúdos mais acessíveis

Além de todas as questões gráficas e visuais apontadas acima, também é possível melhorar a redação e construção dos conteúdos para blogs e emails marketing, por exemplo. Abaixo vamos listar algumas orientações:

  • Evite o uso de metáforas no texto, elas podem prejudicar a “tradução” realizada pelo plugin, dificultando a compreensão do conteúdo;
  • Dê preferência a parágrafos curtos, com no máximo de 4 a 5 linhas. O uso de parágrafos muito extensos também prejudicam a leitura dos plugins e tornam o texto cansativo, prejudicando a tradução acessível;
  • Ao utilizar hiperlinks, não seja sucinto como “saiba mais” ou “clique aqui”, explique porque o usuário deve acessar o link que você está sugerindo como “Saiba mais sobre acessibilidade” ou “ Clique para entender como tornar o seu conteúdo acessível”.
  • Escreva na ordem direta, isso auxilia a interpretação dos avatares de Libras e, principalmente, a compreensão por parte das pessoas que possuem dislexia, por exemplo.
  • Descreva as imagens informativas, isso é essencial para a navegação de cegos. Sejam mapas, fotos, tabelas, ilustrações, gifs e outros conteúdos que você disponibilizar. Dessa forma, os softwares de leitura citados anteriormente podem possibilitar o entendimento dessas pessoas.
  • Ao criar conteúdos em vídeo, lembre-se de: inserir legendas, Libras e audiodescrição (essencial para que cegos tenham acesso ao conteúdo que é falado no material).

Importante ressaltar que todas essas mudanças podem ser feitas de forma simples, sem muito mistério, basta uma orientação melhor e um cuidado com esse público na hora da criação do conteúdo.

Existem blogs que tratam especificamente sobre esse assunto que valem muito a pena conferir, como o Blog do Hugo e o Movimento Web para todos.

Como a Titânio tem trabalhado acessibilidade em seu conteúdo

Aqui na Titânio estamos adequando nosso site, bem como nossos conteúdos de acordo com as instruções passadas acima.

Em que pese não sermos uma Agência especializada em acessibilidade, já implementamos essas orientações para a produção de todos os materiais para os nossos clientes, desenvolvendo sites e materiais minimamente acessíveis.

Atualmente, temos parceria tanto como a Hand Talk, como com a Equal Web para tratarmos de inclusão e adequarmos não apenas o nosso material, mas termos de fato uma equipe treinada e com o olhar sensível para essa questão.

Caso precise de uma análise do seu site e adequá-lo a todos os pontos que trouxemos aqui, fale conosco que podemos te ajudar!